A
Ideia e Ideais Editora nasceu de uma parceria entre duas amigas, no
início do ano passado, 2015.
Por vários motivos não pôde
continuar. Houve uma modificação e a editora precisou se
reestruturar.
Com
a sabedoria de dar alguns passos para trás a fim de novamente seguir
em frente, a editora retornou fortalecida.
Por
isso, pessoal, criou-se outra logomarca. Antes, era também linda, só
que tinha uma outra face.
Eu
já postei aqui no blogue a logomarca, com o título IDEIA E IDEAIS
EDITORA – REPAGINADA.
A
fim de ilustrar tudo isso, convidei o designer André Hansen,
responsável pela nova logomarca, para uma entrevista em que ele
esclarece um pouco do que é a profissão, nos fala a respeito da
criação da logomarca da editora e dá alguns conselhos a quem está
iniciando neste campo tão árduo, porém criativo, funcional e de
resultados notáveis. Exatamente como se referiu André: fica a cara
da empresa.
IIE:
André, como você se descobriu designer?
Esta
é uma pergunta um tanto quanto difícil de responder pois, na época
em que optei pela carreira, as informações a respeito eram
escassas. Naquele tempo eu sabia apenas da minha aptidão para o
desenho e a pintura, o que faço desde muito pequeno como algo
natural.
Em
busca de uma profissão que valorizasse tais aptidões acabei lendo e
me informando sobre esta profissão, seu surgimento com o movimento
(escola) BAUHAUS e os desdobramentos que começavam a aparecer aqui
no Brasil.
Posso
dizer que fui influenciado e seduzido pela possibilidade de usar meu
trabalho artístico e estético para cumprir funções que não eram
meramente decorativas e aumentar o leque de possibilidades de ação,
trabalhando com a comunicação, a informação, a ilustração.
Enfim, em projetos e não em obras isoladas.
IIE:
O designer é um artista plástico?
Não,
de forma alguma. Não temos e não queremos ter o mesmo grau de
liberdade que possuem os artistas. Aliás, é comum sermos procurados
por artistas que precisam de alguém capaz de auxiliá-los a
reproduzirem seus trabalhos (catálogos impressos, por exemplo).
Alguém que possua conhecimento técnico apurado e possa, junto com a
arte, reproduzir em escala industrial aquilo que o artista tem como
obra.
IIE: Qual a sua formação? Desde quando você atua na profissão?
Sou
bacharel em Comunicação Visual, formado em 1987, pela antiga
Faculdade de Cidade e atual UniverCidade. Naquela época havia uma
tentativa, na minha opinião equivocada, de tentar traduzir para
a língua portuguesa palavras que eram usadas no mundo inteiro para
designar a profissão. Hoje você encontra o curso universitário de
Design Gráfico, porém naquela época (até o final dos anos 80 e
meados dos 90) era chamado de “comunicação visual”.
Trabalhei
como ilustrador no início dos anos 80, antes de entrar para a
faculdade e durante a mesma. Estagiei no Jornal do Brasil durante o
curso.
Depois
de formado, resolvi fazer cursos complementares fora do Brasil e
minha primeira opção foi a Suíça, onde sabia que poderia
encontrar, convivendo harmonicamente, a arte tradicional e antiga e o
novo universo tecnológico que estava dando seus primeiros passos. Ao
mesmo tempo que estudava gravura em metal e aerografia (técnicas
muito antigas), dava os primeiros passos na computação gráfica.
IIE:
Certamente, você teve ou tem algumas influências na sua arte,
quais?
A
escola BAUHAUS, na Alemanha, era a referência na época e para
alguns continua sendo. Ao longo da carreira - e por questões
políticas - acabei me distanciando de certos dogmas herdados na
época da faculdade. É lógico que existem pessoas, figuras humanas,
que chamam a atenção pela qualidade do que produzem, no entanto um
designer deve buscar sua própria identidade e estilo.
Somos
treinados para isso e buscamos isso o tempo todo. Outro fator
importante é a necessidade de aprendizado constante, pois cada
projeto se transforma num novo desafio e você adquire novos
conhecimentos.
Vai
um pouco além das outras profissões, pois os temas são muito
variados. Para citar apenas um exemplo, um designer capista (que
trabalha numa editora fazendo capas de livros) precisa ler cada livro
para poder desenvolver cada capa.
IIE:
Especializou-se em alguma área?
Sim.
Por ter trabalhado para algumas grandes instituições na área de
eventos e por força de mercado acabei me especializando em
identidade visual (hoje chamada Branding).
IIE:
Como surge no designer André Hansen a inspiração para a sua
prática?
O
designer é um projetista e não há fórmula mágica quando o
assunto é design. Costumamos dizer que nossa profissão é
constituída de 10% de inspiração e 90% de transpiração, fazendo
alusão à pesquisa, ao estudo e ao trabalho árduo que cerca cada
projeto.
IIE:
Como seu deu o processo da criação da logomarca da Ideia e Ideais
Editora?
A
metodologia para a criação de uma identidade visual é conversar,
ouvir o cliente, perguntar sobre tudo e se inteirar sobre o que anda
acontecendo no mercado, em áreas afins. Existe um ditado que diz: “O
primeiro passo para uma boa ilustração é uma boa pesquisa”. No
final de cada projeto temos a certeza de que fomos a ferramenta para
fazer aquilo que o cliente queria de melhor e mais exequível
possível. Como dizem por aí “ficou a cara da empresa” com todo
o aparato técnico que viabiliza o uso adequado do projeto.
IIE:
Ao entregar o produto ao cliente, qual o grau de satisfação do
designer André Hansen?
Na
maioria das vezes, nunca fico inteiramente satisfeito e isto pode
prolongar alguns cronogramas. No entanto, tenho a consciência de que
é preciso impor limites e que vivemos numa sociedade onde o tempo é
crucial. Procuro nestes casos a ajuda do próprio cliente para que
juntos determinemos a execução dos projetos. Vale lembrar que um
projeto gráfico ou de produto pode e deve sofrer alterações com o
passar do tempo e seguindo um raciocínio baseado em estudos
mercadológicos é possível determinar uma periodicidade. Em suma,
os projetos são abertos.
IIE:
Para aqueles que hoje escolhem a profissão designer gráfico, o que
você aconselha?
Estudo,
prática e valorização do trabalho bem feito. Procurar ser
brilhante em todos esses itens, com certeza terá a chance do sucesso
profissional.
Muito obrigada, André, pelos esclarecimentos a respeito da profissão que você abraçou.
Sem dúvidas, a logomarca da Ideia e Ideais ficou ótima e bem funcional.
A editora e este blogue estarão prontos a atendê-lo no que precisar.
Aí, gente, aqui em baixo está o link para o facebook do André.
http://Facebook/ André Hansen - Designer Gráfico