quarta-feira, 31 de agosto de 2016

LUTO


SALVE A PLUTOCRACIA!!!

SALVE A CLEPTOCRACIA!!!

QUE PENA, VIOLENTOU-SE A DEMOCRACIA!

QUAL O PROBLEMA?

NINGUÉM SE IMPORTA, NÃO É MESMO

ESTOU UM POUCO TRISTE. 

AGORA, NÃO TEM MAIS JEITO

QUE PENA!!!

QUEM VIVER VERÁ...

terça-feira, 2 de agosto de 2016

INFÂNCIA - MINHA HISTÓRIA - Continuação



O gato – de quem falei antes - era filhote e se chamava Mescalito. O nome de um personagem do livro de Carlos Castañeda, chamado A Erva do Diabo. Era um dos autores mais lidos nos anos 80.
Nesse morrinho, perdi um crucifixo e a corrente, ambos de prata. Eu estimava muito essa joia. Senti muita tristeza, por isso.
O pé de limão ficou grande e bonito. Meu pai dizia que um homem precisava escrever um livro, ter filhos e plantar uma árvore. Ele plantou o pé de limão, teve três filhos com minha mãe e que eu saiba não escreveu nenhum livro.
- Na vida, nem tudo acontece como nós prevemos.
O quintal era o nosso mundo de criança. Corríamos para lá e para cá.
Minha irmã, mais bebê, colocou um botão da flor de limão dentro do nariz, minha mãe teve de sair correndo pra conseguir que ela o colocasse para fora. E lembro foi difícil ela entender o movimento de expulsar que precisaria fazer com as narinas.
Em frente ao muro da casa, havia um poço. Em que as pessoas da vila e às vezes da rua em frente apanhavam água com uma lata presa a um pau. Faltava água da rua, por vezes.
E esse momento de falta d'água se tornava um momento de prosa afiada entre as pessoas. Muito bom! Tudo, em minha lembrança, era muito bom.
Outro dia vi uma foto desse quintal.
 Minha irmã, naquela época, pequenininha, em pé. E por trás dela, no fundo da foto, a gente vê a Malharia Águia. Uma fábrica de maiôs, com fama internacional. Não está mais localizada ali, mas ainda existe.
Uma época de glamour. As misses – daqueles concursos de miss - vinham de longe fazer prova dos maiôs. Tiravam fotos para revistas. E nós - os moradores daqui de perto - ficávamos olhando, com o maior gosto.
No morrinho de saibro, eu ficava brincando. Havia umas aranhas não perigosas, eu acho. Elas entravam em um buraco na terra e o cobriam com uma espécie de teia mais consistente. Ficava uma tampinha na terra.
Ali, conheci também aqueles tatuzinhos, não sei se lembram ou se conhecem. Uns pequeninos que fechados ficam iguais a uma bolinha preta. Nunca mais os vi. Bem pequeninos mesmo.
Ah! as contas da planta chamada popularmente como lágrimas de Nossa Senhora! Nesse nosso quintal tinha um pé. Fazia colares com as contas. Agulha, fio de nylon. Furava a bolinha e passava o fio de nylon. Depois fechava, com um nó.
As mulheres sempre costumam costurar, tecer os fios da vida. Montar os colares, conta por conta. Arrumar as bolinhas, escolher as cores entre os tons de verde. Textura. Tecido. Vida contada.
Conheci as lesmas, moles, nojentas, babavam as plantas e o muro. As crianças, sem ainda noção do que é mesmo mal, cometem algumas maldades (inocentes!!). Em um certo dia, fiz um experimento: joguei água fervendo sobre uma lesma, grande. Gorda. Comia pedaços de uma planta.
- Nossa! A lesma se desintegrou. Começou a abrir do lado. Encolher e virou uma coisa esquisita, seca.
Ai, que horror! Não me senti bem com aquilo. Talvez tenha entendido o que não era bom. O que não se devia fazer. Chorei e pedi perdão a Deus. Minha mãe me orientou, é lógico!

(Depois, continuo...)

  A angústia de um pesar      Durante a madrugada me vieram lembranças. Um tanto quanto estranha a minha alma estava que, ...