O JB nas bancas! Foi
a melhor notícia que recebi nestes últimos tempos de destemperos e
intolerâncias. Algo que mexeu com minhas emoções. Sentia falta dos
artigos; da sintaxe, da semântica, da morfologia, da tipologia, do
vocabulário. Da diagramação perfeita na primeira página. Da
melhor foto, a que se relacionava à manchete do dia, seja qual fosse
a matéria.
JORNAL DO BRASIL! Um
símbolo dos intelectuais de esquerda, mesmo que a esquerda não
fosse mais tão esquerda assim. O caderno B – um primor – artes,
literatura, acontecimentos sociais, música … Nostalgia!
Depois de uma época,
passei a comprá-lo mais aos domingos, porque tinha a revista de
Domingo. Eu amava ler esse jornal.
Entramos na era
digital. Pronto, o JB sucumbiu às virtualidades do nosso dia a dia e
passou a ser um jornal digital. O primeiro on line. Lá
fui eu atrás dele. Ou melhor, alguns de nós, não é?
Um dia desses,
passei na banca para comprar Rio de Prêmios e, como eu não havia visto ainda o impresso aqui em Petrópolis, perguntei ao
jornaleiro e, para minha felicidade, ele tinha. Uma paixão antiga, eu
disse. Ele riu e comentou que não era só minha paixão, mas de
muitas pessoas daqui.
Vim feliz para casa. Um
sentimento bom corria pelo meu corpo e de vez em quando eu me
lembrava de que era por isto: o JB.
A primeira página,
magnífica! A foto de uma viatura da PF em um ângulo perfeito com o
prédio da mesma instituição. A matéria sobre um golpe no
agronegócio. A tipologia, a clareza da redação. Não sei, mas eu
estou feliz! Poderia comentar todo o jornal, cada pedacinho. O
caderno B, aquele B em caixa alta, negrito, chamando para os textos
que vêm no caderno mencionado.
Agora ele está em
cima da mesinha da sala. Dois cadernos, um tanto finos, todavia traz em
minha vida uma alegria. Traz também lembranças de um outro tempo.
Mexe com a saudade e me faz pensar na presença tão querida de meu
irmão e tão distante, pelo tempo que já partiu, de meu pai.
Aí, Betinho, meu
irmão! O JB voltou às bancas, pena que falta você...