
Senti
saudades do quarto apertado em que ficávamos. Três
camas. A casa tinha dois quartos apenas. Éramos três (meu irmão,
eu e minha irmã). Nessa ordem mesmo de chegada ao mundo.
O
quintal era pequeno, com chão de terra. Um murinho e um portão de
uma pessoa só.
Casa
de vila. Assim como essas casas para os trabalhadores de uma fábrica.
Todas iguais. Viradas uma de frente para a outra. Como se sorrissem
sempre umas para as outras. Como se assistissem a hora de dormir, a
hora de acordar, a hora de se fechar. Umas das outras.
A
vila, vazia de carros. Naquela época, os carros eram poucos. Apenas
um vizinho que trabalhava na Vulcan - fábrica de plástico - tinha
uma kombi.
Atrás
de nossa casa havia um morrinho, morrinho mesmo. Em que meu pai
plantara um pé de limão. Nesse morrinho, mais tarde, enterrei
meu gato.
Todo
de saibro, o morrinho se prestava às nossas brincadeiras. Fiz até
um cantinho para uma Nossa Senhora. Um lugar de reza. Meu, só meu.
Brincávamos
de ferrinho. Uma brincadeira em que jogávamos o ferrinho no chão de
terra para fincar e íamos riscando de um ponto a outro. Quem deixasse o ferrinho
cair na hora de fincar, dava a vez para o outro. Ganhava quem desse a
volta e chegasse primeiro ao ponto de partida. Fechando assim o circuito.
Acho
que enterramos nosso cachorro no morrinho também. O Tobby.
(Depois, continuo...)
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