sábado, 30 de julho de 2016

INFÂNCIA - MINHA HISTÓRIA


Outro dia senti saudades do quintal de minha casa, da casa em que nasci. De antes (bem antes) das reformas feitas por meus pais. Reformas necessárias, pois a família aumentou.
Senti saudades do quarto apertado em que ficávamos. Três camas. A casa tinha dois quartos apenas. Éramos três (meu irmão, eu e minha irmã). Nessa ordem mesmo de chegada ao mundo.
O quintal era pequeno, com chão de terra. Um murinho e um portão de uma pessoa só.
Casa de vila. Assim como essas casas para os trabalhadores de uma fábrica. Todas iguais. Viradas uma de frente para a outra. Como se sorrissem sempre umas para as outras. Como se assistissem a hora de dormir, a hora de acordar, a hora de se fechar. Umas das outras.
A vila, vazia de carros. Naquela época, os carros eram poucos. Apenas um vizinho que trabalhava na Vulcan - fábrica de plástico - tinha uma kombi.
Atrás de nossa casa havia um morrinho, morrinho mesmo. Em que meu pai plantara um pé de limão. Nesse morrinho, mais tarde, enterrei meu gato.
Todo de saibro, o morrinho se prestava às nossas brincadeiras. Fiz até um cantinho para uma Nossa Senhora. Um lugar de reza. Meu, só meu.
Brincávamos de ferrinho. Uma brincadeira em que jogávamos o ferrinho no chão de terra para fincar e íamos riscando de um ponto a outro. Quem deixasse o ferrinho cair na hora de fincar, dava a vez para o outro. Ganhava quem desse a volta e chegasse primeiro ao ponto de partida. Fechando assim o circuito.
Acho que enterramos nosso cachorro no morrinho também. O Tobby.

(Depois, continuo...)

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