sexta-feira, 11 de março de 2016

LEITURA E COLHEITA (IV)


Continuando a dissecar o livro de Luzia de Maria, chegamos ao final.

PARTE III - LIVROS E LEITURAS - PARTILHAR

Estamos agora na Parte III, o final do livro Leitura e Colheita. 
Luzia de Maria apresenta, no Capítulo 1, depoimentos de brasileiros com aproximadamente 40 anos de idade e destaca um ponto em comum entre eles: a leitura como um ato de subversão. Pessoas que naquela época de juventude sentiam como se ler não fosse algo tão bom. Ou pelo menos tão importante para a formação do estudante.
Chama a nossa atenção para frases de alguns pais como “apague as luzes, vai estragar as vistas” e outras com o sentido de que ler não era tão importante, para filhos que liam em seus quartos à noite. Eles (os filhos) diriam que “Ler era mil vezes melhor que estudar”.
Comenta sobre o livro Como um romance, de Daniel Pennac, que aborda a questão da leitura por si só. E consegue atingir pela sensibilidade. Esse, segundo ela, é livro para se devorar de um fôlego apenas.
 
Mais adiante no Capítulo 2, relata a maravilhosa experiência de se sentir autora. E começa o capítulo com a cena final do filme Sociedade dos Poetas Mortos, representativa da repetição servil e fiel das pessoas. Em que “o novo surpreende, assusta e incomoda”.
Discorre sobre as mudanças ocorridas na educação nos anos 70. Surge, nessa época, a redação como ingrediente novo e assim instalam-se num sentido crescente as aulas de produção textual. De modo que, pela necessidade veemente desses conhecimentos, passam a predominar o tecnicismo, os modelos padrões de escrita, e, por se tratar de cobrança, de obrigação, leva à penúria vocabular e à ausência de motivação.

Luzia de Maria aprova o aprimoramento do senso crítico das crianças com a escrita desde a pré-escola. Em que nível for, para ela, a leitura é um modificador para todos que querem escrever.

No decorrer da última parte, alguns livros com a temática leitura e escrita nos são apresentados. Temas como aprender a ler, leitor, a criança e a escrita na fase inicial, a escrita e a escola, e por aí vai, criticando de modo construtivo, indagando, com a finalidade de nortear pequisas, encontrando pontos de conflito. Trabalhando sob depoimentos, a leitura, por fim, na concepção apresentada neste livro, se faz sedutora e pronta a encaminhar positivamente estudantes e pessoas em geral, ao encantar a imaginação e deliciar os olhos e a lógica com as palavras.

No Capítulo 6, da III Parte, ela tece alusões sobre o livro-álbum de arte D. Quixote, com fragmentos do texto de Cervantes, desenhos de Portinari e poemas de Drummond.
Um primor! Não acham?

Bom, cheguei ao fim de minha resenha crítica, eu diria. Comecei em outubro do ano passado e terminei agora em março. Foram cinco publicações neste blogue. Desde o dia em que assisti ao programa da TV FASE, com Luzia de Maria, até hoje.
O livro tem 174 (cento e setenta e quatro páginas). Este exemplar que estou nas mãos é a 2ª Edição.

Luzia de Maria escreveu outros livros O que é conto, Machado de Assis – As Artimanhas do humano, Drummond – Um olhar amoroso, Minha caixa de sonhar – Histórias de viagens para jovens de qualquer idade e recebeu alguns prêmios, além de criar e dirigir o jornal-revista PRAvaLER, também assessorou Darcy Ribeiro com a revista Informação Pedagógica.


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